sábado, junho 24, 2006

Fora de ti...

Já alguma vez deste por ti a pensar que esse ar que acabaste de inspirar pode ser o último oxigénio que os teus pulmões irão receber?Ou que aquele telefonema, aquela mensagem, aquele livro, poderão ser as últimas coisas que fizeste? ou que a tua vida, daqui a um infinitésimo de milisegundo chegou ao fim??
Quando te dás conta disso, apercebes-te que é estupido pensares se és jovem, ou velho, ou se tens 30 ou 50 ano, o importante é dizeres que os tens, é conseguires dizer "eu".. Eu quero, eu posso eu consigo...
Uma pessoa não pode pensar que a morte a espreita a cada momento, seria perigoso, porque o medo é o pior inimigo da liberdade, ele aprisiona-te às tuas inseguranças, aos teus piores medos e pesadelos... não acho que seja nesse sentido que devemos encarar a precaridade da vida, mas sim no sentido, de que seja ela longa, ou de curta duração, não pode ser desperdiçada, e cada momentos, cada sorriso, cada lágrima, cada beijo, cada abraço, cada música, cada poema, cada instante, deve ser aproveitado, deve ser gozado, deve ser vivo e amado, como se fosse o último...
Se para uns é mais longa do que para outros, isso não implica que aquele que viva mais viva melhor.. a morte é o culminar de um caminho, de um trajecto na descoberta de ti mesmo... quando te encontras, quando conheces os teus limites, quando te apercebes que a tua vida não está em ti mas no outro, percebes que um sorriso é para ser dado não para se guardar, as lágrimas são para ser partilhadas e enxugadas por alguém, a dor é para ser abraçada e ultrapassada no "fazer-se um"... Percebes que és feliz, numa felicidade muito maior que a humana, muito maior que qualquer coisa que o Homem posso sequer controlar ou prever.. és feliz, porque és simplesmente tu... porque sentes que há um caminho à tua frente, não sabes se é longo, se é sinuoso, nem sabes quantas pessoas te irão ajuda-lo a percorre-lo, ou quantas pessoas tu ajudarás enquanto o percorres.. mas sabes, que aquele caminho foi pensado para ti, e então acreditas que é o maior dom que alguém te podia fazer e pensas que irãs percorre-lo com todo o teu amor, dando o melhor de ti, e isso faz-se no outro saindo de ti...
No fundo, não importa o teu sorriso, mas o do outro é que se torna essencial, não são as tuas lágrimas que te derrubam, mas sim as daqueles que passam ao teu lado, deixa de ser importante o que queres, o que sentes, mas sim o que podes fazer para que o outro seja feliz.. não importa como o fazes, se bem se mal.. o âmago não és tu, e então não há o temor da incompreensão, ou a insegurança de dares de ti e seres magoada, porque tudo é feito não por ti, não em ti, mas fora de ti...

=)

P.s: lol eu sei eu sei.. devia tar a estudar em vez de pensar em parvoices.. lol mas o que querem??***

2 Comments:

Blogger marta said...

ai teresinha teresinha.. eu tb devia estar a estudar, mas aqui estou.. o que te hei-de dizer? gostei muito do post, quase me conseguiste arrancar uma lagrimita aí numa parte.. m pronto se calhar eu é que sou muito fag.. =P
embora eu ache que na parte final essa cena do "porque tudo é feito não por ti, não em ti, mas fora de ti" não deveria funcionar dessa forma, dá um bocado a entender um certo distanciamento teu em relação ao que acontece à tua volta, a sensação que me dá é que te estás a isolar um bocado do resto, que estás lá pós outros e o que tu sentes pouco importa, o que contraria um bocado a ideia do inicio do post.. ou eu percebi mal o que querias dizer (mais provável) ou então acho mal que penses assim porque também há quem queira ser derrubado pelas TUAS lágrimas.. acho que uma pessoa deve sempre dar tudo de si, sem medo de ser magoada porque quem cai, levanta-se, há sempre alguém que nos estende a mão ou em último caso levantamo-nos sozinhos.. mas acho que estas ideias estão todas aí, vou parar de mandar postas idiotas.. bjuu gstei mt =)

6:49 da tarde  
Blogger Tyr said...

Teresinha já falámos sobre isto... mas certamente voltaremos a falar novamente :)
Há partes do post que de certa forma são estranhas com base naquilo que conheço de ti... justificar a vida com base na morte à primeira vista parece-me um pensamento ateu... pois para alguem crente a morte não significa um fim, logo a vida deveria ser justificada pela própria vida...
E de certa forma essa tua vertente crente está presente no post ao dizeres por exemplo "aquele caminho foi pensado para ti" e na própria raiz de "Fora de ti".

Expressar a minha opinião sobre tudo isto seria desadequado para o momento, mas achei que o post é realmente significativo :)

P.S. - não consigo preceber porque é que o confronto com o fim te leva a concluir que a tua vida n está em ti mas fora de ti... vais ter que me explicar isso melhor... Mas, como já concluimos noutras conversas, por meios diferentes chegamos a conclusões proximas... embora eu ache que é preciso mais do q isso para sermos felizes, o que defendes é sem duvida essencial... :)

11:18 da tarde  

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